Após adiamento para o dia de reserva, devido às condições de mar que impossibilitavam a realização do Campeonato Nacional de Duplas 2017 e 9º Troféu Dia da Marinha, realizaram-se ontem, dia 7 de Maio de 2017, dia da mãe, as referidas competições.
A decorrer em paralelo, o Campeonato Nacional de Duplas 2017 e o 9º Troféu Dia da Marinha eram provas à barbatana na modalidade de duplas, em que os atletas federados competiam para ambas as provas. O Troféu do Dia da Marinha é uma prova open, aberta às duplas que quisessem participar. Partilhado por todos os participantes, federados e não federados, uma terceira competição também decorreu, o Troféu Herculano Trovão, que distinguia os três maiores exemplares do dia.
Concentração
Por volta das oito horas da manhã, os primeiros atletas foram chegando à praia das Bicas, local das provas, assim como os elementos da organização deste certame. Com um mar bem mais brando que no dia anterior e a denotar uma visibilidade superior, era esta a primeira análise que todos os atletas concluíam à medida que delineavam as primeiras estratégias.
Para cumprir a agenda, foi realizada a reunião preparatória das provas, onde foi realizado o já habitual breafing e onde foram dissipadas as últimas dúvidas que existiam entre os participantes. Terminada a reunião, todos os atletas equiparam-se, pois haviam três provas em simultâneo para disputar, com início marcado às 9 horas.
Antes do início das provas houve ainda tempo para a tradicional fotografia de grupo.
Antes do início da vertiginosa descida dos 1000 degraus para acesso ao mar, foi realizada a roda dos atletas, que já começa a ser tradição, para um último “grito” de boa sorte e outro em prol da Pesca Submarina.
As Provas
Como previsto, as provas tiveram o seu início às 9 horas e os atletas fizeram-se à agua para, nas próximas 5 horas, conseguirem colocar em prática as estratégias delineadas de forma a conseguir o maior número de pontos possíveis.
Com a água a rondar os 16 graus no fundo, houve atletas que se dedicaram em encontrar capturas em pouca água, ao passo que outros decidiram fazer a sua prova mais por fora em quotas mais elevadas. A visibilidade era muito variável, desde um a 10 metros, dependendo do fundo. Em zonas de areia a suspensão de algas arrancadas pelo mar dos últimos dias era muito acentuada o que diminuía esta significativamente. Em zonas de pedra, esta era melhor e mais constante.
Com o passar das horas, os enfiões iam sendo enriquecidos de capturas que iriam fazer a diferença na balança final e definir o pódio das provas em competição.
Pouco antes das 14 horas, as duplas foram saindo da água, terminando assim as suas provas. O mar mereceu, por parte dos atletas, atenções devido às suas características, na hora da saída, para evitar situações mais embaraçosas diante dos vários veraneantes que desfrutavam o bom tempo na praia.
Com todas as equipas fora de água, houve tempo para algumas fotografias com o resultado de cinco horas no mar. As duplas preparam-se depois, psicologicamente e fisicamente, para o desafio dos 1000 degraus. Se no início esse desafio colocava respeito, este tornava-se agora, depois de cinco horas de prova, uma dolorosa caminhada.
Com os atletas desequipados e com o equipamento e capturas devidamente acondicionadas, os mesmos dirigiram-se para as instalações do CNOCA (Clube Náutico dos Oficiais e Cadetes da Armada) para se dar início ao almoço de convívio e proceder às pesagens e respectivas entregas de prémios.
A Pesagem
Enquanto se ia aconchegando os estômagos, algo vazios depois das cinco horas de prova desgastantes, com os petiscos apetitosos, foi-se preparando o local para se dar início a um dos momentos mais importantes do dia, a pesagem do Campeonato Nacional de Duplas 2017 e 9º Troféu Dia da Marinha.
A temível balança, a responsável máxima por definir quem ocupará o pódio, deu início ao seu “escrutínio” pesando captura a captura de cada dupla chamada a apresentar o pescado capturado durante o dia.
Durante as pesagens e perante os enfiões levados à pesagem, os atletas começavam a delinear a sua ideia de pódio do dia.
Nesta pesagem, foi possível observar variadíssimas espécies capturadas, desde taínhas a salemas, passando pelas abróteas às moreias, sargos, robalos, saimas, algumas serras, pargos sêmeas, entre outros.
Durante a pesagem foi também possível perceber quem seria a dupla vencedora do Troféu Herculano Trovão, que premiava os três maiores exemplares do dia, com a pesagem de um robalo que acusou 4,510Kg.
Finalizada a pesagem e à semelhança do que é habitual neste tipo de provas oficiais, foi doado o pescado à instituição particular de Solidariedade Social, sem fins lucrativos, que trabalha desde 1994 no âmbito da recuperação de dependentes, a Vale de Acór.
Os pódios
Entretanto tinha chegado os momentos mais aguardados do dia, a definição dos três pódios em disputa e a oficialização da nova dupla Campeã Nacional de Pesca Submarina 2017.
Antes do anuncio oficial, houve ainda tempo para algumas palavras de agradecimento por parte do CNOCA a todos os presentes, logo seguido de um sorteio de alguns brindes, cedidos pelos patrocinadores do evento, entre os atletas participantes. Entregues todos os brindes, deu-se início ao anúncio das posições em cada uma das provas em competição.
O pódio do Troféu Herculano Trovão, que premiava os maiores exemplares, ficou definido da seguinte forma:
- Dupla Ricardo Alves e Nelson Luís do Clube Naval de Peniche com um robalo de 4,510Kg;
- Dupla Matthias Sandeck e André Domingues da Honda Marine Grow com um serra, ou sarrajão como também é conhecido, de 2,570Kg;
- Dupla Vitor Oliveira e Manuel Maia com uma abrótea de 2,185Kg.
Relativamente ao pódio do 9º Troféu Dia da Marinha, prova open, o pódio tomou a seguinte constituição:
- Dupla Matthias Sandeck e André Domingues da Honda Marine Grow com 19 capturas válidas, totalizando 31515 pontos;
- Dupla Jody Lot e Humberto Silva da Honda Marine Grow com 16 capturas válidas, totalizando 280005 pontos;
- Dupla Ricardo Alves e Nelson Luís do Clube Naval de Peniche com 14 capturas válidas, totalizando 26945 pontos.
Por equipas, a classificação do Campeonato Nacional de Duplas 2017, ficou definida da seguinte ordem:
- Honda Marine Grow com 35 capturas válidas, totalizando 59520 pontos;
- Vasco da Gama Atlético Clube -Suzuki com 18 capturas válidas, totalizando 29715 pontos;
- Clube Naval de Peniche com 14 capturas válidas, totalizando 26945 pontos.
Finalmente, o tão aguardado pódio que definiu a dupla vencedora do Campeonato Nacional de Duplas 2017, ou seja, a dupla Campeã Nacional de Duplas 2017.
- Dupla Matthias Sandeck e André Domingues da Honda Marine Grow com 19 capturas válidas, totalizando 31515 pontos;
- Dupla Jody Lot e Humberto Silva da Honda Marine Grow com 16 capturas válidas, totalizando 280005 pontos;
- Dupla Ricardo Alves e Nelson Luís do Clube Naval de Peniche com 14 capturas válidas, totalizando 26945 pontos.
A surpresa
Pode-se dizer que nesta edição do Campeonato Nacional de Duplas 2017, a dupla surpresa foi sem dúvida Ricardo Alves e Nelson Luís, do Clube Naval de Peniche, que estando a “jogar fora de casa” conseguiram garantir um lugar no pódio, mesmo diante de grandes nomes da actualidade da Pesca Submarina de competição que habitualmente conseguem boas prestações nesta prova.
O adeus
Com a atribuição dos pódios e entrega de prémios terminada, deu-se por encerrado mais uma edição deste certame com umas últimas palavras de agradecimento, por parte do CNOCA e da FPAS (Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas), aos presentes e aos patrocinadores que tornam possível a realização deste campeonato ano após ano.
Antes da partida dos atletas de regresso a casa, neste dia especial do dia da mãe, ainda houve tempo para o anuncio por parte do CNOCA da realização de mais uma edição no próximo ano, no dia 5 de Maio de 2018.
Imagens: FPAS e PortugalSub