Em mais um bom dia para a prática da Pesca Submarina, com um sol fantástico, as equipas reuniram-se para desta vez rumarem à Zona B, Zona Este de Syros, para mais uma jornada, a última, do XXX Campeonato Mundial de Pesca Submarina, Syros 2016.
Depois da jornada dura de ontem, com pouco peixe, liderada pelo Grego Giannis Sideris com 9 capturas, previa-se que a Zona B, hoje, poderia trazer mais e maiores peças que poderiam traduzir-se em alterações significativas à tabela classificativa no final do dia de hoje e definir os novos Campeões do Mundo de Pesca Submarina.
Após o sinal de início de prova, os atletas, mais uma vez, rumaram às suas marcas o mais rapidamente possível, pois o tempo era precioso, onde cada minuto poderia fazer a diferença. À medida que as horas de prova se iam esgotando, foi-se percebendo que as previsões que antecediam esta jornada estavam incorrectas, pois a cadência em que as capturas iam sendo colocadas a bordo e o tamanho dessas mesmas capturas eram iguais se não mesmo inferiores ao dia anterior, sendo visíveis a bordo alguns bons meros, moreias, badejos do mediterrâneo, sargos, vejas, corbas, taínhas, entre outros.
Terminada a prova, as equipas iniciaram o regresso. À chegada ao porto, deu-se início à já tradicional exibição do enfião com as capturas do dia para as fotografias dos presentes. Imediatamente gerou-se, entre os presentes, o rumor de que possivelmente Giannis Sideris poderia ser destronado do lugar mais alto do pódio, que tinha conquistado na primeira jornada, pelo Cipriota Giorgos Vasiliou com 5 boas capturas a juntar às suas 3 da jornada anterior, contra as 3 capturas desta jornada do Grego, mas que caberia à balança confirmar esses rumores.
Na equipa Portuguesa, Matthias Sandeck foi o único Português nesta jornada, pois na jornada anterior tinha sido André Domingues que conseguiu pontuar uma veja, com uma veja para levar à pesagem, que se considerava duvidosa, ou seja, havia uma possibilidade significativa de a captura não atingir o peso mínimo de 500g para contar como válida.
Entregue o pescado capturado e efectuada a troca de roupa para algo mais confortável, deu-se início às pesagens das capturas. Um a um, os atletas com capturas para pesagem foram desfilando pelo palco para que a balança ditasse o seu destino na tabela classificativa do dia e na tão aguardada tabela classificativa final, que haveria de desenhar a composição final do pódio deste XXX Campeonato do Mundo de Pesca Submarina, Syros 2016.
Durante a pesagem, confirmou-se que a veja do atleta Português, Matthias Sandeck, pesava um total de 400g não sendo suficiente para o peso mínimo necessário, mas foi acima das 335g, evitando assim uma penalização contando como nulo.
Terminada a pesagem desta segunda jornada, a balança ditou o seguinte pódio da jornada:
- Giorgos Vasiliou do Chipre com 5 capturas totalizando 17390 pontos correspondentes a 100%
- Gerasimos Kavvadias da Grécia com 4 capturas totalizando 16620 pontos correspondentes a 95,572%
- Steve Tetuanui do Taiti com 4 capturas totalizando 15150 pontos correspondentes a 87.119%
Calculando os resultados das duas jornadas do Campeonato, confirmou-se o rumor que nasceu na chegada dos atletas ao porto, com a seguinte alteração de classificação e composição do pódio final do XXX Campeonato do Mundo de Pesca Submarina, Syros 2016:
- Giorgos Vasiliou do Chipre, novo Campeão do Mundo de Pesca Submarina, com 8 capturas totalizando 37630 pontos correspondentes a 169.244%
- Giannis Sideris da Grécia com 12 capturas totalizando 40880 pontos correspondentes a 166.993%
- Gerasimos Kavvadias da Grécia com 7 capturas totalizando 25540 pontos correspondentes a 126,089%
Portugal relativamente à classificação final, das duas jornadas, conseguiu o 51º lugar por André Domingues com uma captura e o 53º lugar para Jody Lot e Matthias Sandeck, ambos sem capturas validadas.
A nível de equipas, o pódio final foi composto da seguinte forma:
- Grécia, nova Campeã do Mundo de Pesca Submarina, com 21 capturas totalizando 72370 pontos correspondentes a 327,296%
- Itália com 15 capturas totalizando 65300 pontos correspondentes a 276.858%
- Chipre com 9 capturas totalizando 44030 pontos correspondentes a 191,139%
Portugal, classificou-se em 22º lugar entre as 25 Selecções participantes neste Campeonato do Mundo.
Devido ás características extremas que este campeonato exigia, a organização teve a preocupação de ter preparado para as eventualidades 4 embarcações de salvamento e um barco ambulância na água, 2 câmaras hiperbáricas e um helicóptero preparado para transportar algum atleta que necessitasse de assistência. Estes meios foram utilizados, pois foram registados alguns acidentes que não passaram de sustos, uns maiores que outros, que iam sendo comentados pelos “corredores” do certame, desde problemas por descompressão ainda durante a preparação, sambas e lung squeeze durante as provas.
A Equipa Espanhola Campeã Mundial em título, tanto por equipas como individual, desde 2014, que estava apontada como favorita a ganhar a prova e levando em conta a preparação efectuada para esta competição, como já vem sendo hábito, pode ser considerada como uma das desilusões deste Campeonato do Mundo, pois somente conseguiu um modesto 6º lugar por equipas e a melhor classificação individual, por Javier Lopez, foi em 15ª posição.
A Equipa Grega, tendo a vantagem de jogar em casa, conseguiu um dos objectivo que era ser Campeã Mundial, por equipas, em território Grego. Relativamente a títulos individuais, somente conseguiu um 2º e 3º lugar, fechando este capítulo de forma positiva.
O Chipre, habituado a condições semelhantes às encontradas neste campeonato, conseguiu o primeiro lugar individual e o terceiro por equipas, tendo também sido um saldo positivo.
A Equipa Italiana, apesar de se ter sagrado Vice-campeã do Mundo por equipas, título que pertencia a Portugal desde 2014, não conseguiu por pouco alcançar o pódio a título individual. Provavelmente era pedido um pouco mais a esta Equipa, mas o saldo não se pode dizer que seja negativo.
A Equipa Croata perdeu o pódio por equipas, da primeira para a segunda jornada, muito devido à grande descida de Daniel Gospic na classificação, que numa primeira jornada teve um bom lote de capturas, quatro, mas que no segundo dia não registou nenhuma.
Relativamente à Equipa Nacional, de facto não foi uma classificação muito positiva, tendo mesmo sido ultrapassada por equipas teoricamente inferiores a Portugal. Tendo em conta os dois únicos dias de prospecção e preparação que os nossos atletas dispuseram, obrigando-os praticamente a vaguear pelo desconhecido durante as duas jornadas de prova em busca de capturas onde elas praticamente eram inexistentes, é de salientar o enorme esforço e dedicação empregues pelos atletas na tentativa de dignificar o nome de Portugal, fazendo o melhor possível com o que tinham disponível num lugar que requer um tipo de pesca para o qual Portugal dispõem de poucos, se não mesmo nenhuns, pescadores de competição com capacidades para tal.
Durante a sessão de encerramento, foi anunciado que Portugal será o anfitrião do XXXI Campeonato do Mundo de Pesca Submarina em 2018, mais propriamente em Sagres. Após o anuncio, foi realizada a cerimónia de passagem da bandeira da Confederação Mundial de Actividades Subaquáticas (CMAS) entre o pais anfitrião do actual Campeonato do Mundo com o anfitrião do próximo, neste caso Portugal através de Lourenço Silveira em representação da Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas (FPAS).
Finalizada esta cerimónia, foi dado como oficialmente encerrado o XXX Campeonato Mundial de Pesca Submarina, Syros 2016.
Em baixo publicamos as tabelas classificativas das duas jornadas e respectiva classificação final, individual e por equipas, do XXX Campeonato Mundial de Pesca Submarina, Syros 2016:
Imagens: pescasubmarinatelevision e Página do Facebook do 30th CMAS World Spearfishing Championship 2016 e Nordic Spearfishing Community